Desvendando os Segredos
Na hora de escolher o melhor óleo para cozinhar, muita gente pensa que é só pegar o primeiro que vê na prateleira. No entanto, essa decisão vai muito além da praticidade: envolve o tipo de preparo, a temperatura usada e, claro, os benefícios à saúde. A boa notícia é que, conhecendo melhor as características de cada óleo, fica muito mais fácil fazer uma escolha consciente.
Óleos Saudáveis e Versáteis para o Dia a Dia
Para começar, o azeite de oliva extra virgem é um dos mais recomendados. Rico em gorduras monoinsaturadas (como o ômega 9), ele ajuda na saúde do coração, além de conter antioxidantes e compostos anti-inflamatórios. Seu ponto de fumaça é relativamente baixo — entre 175°C e 190°C — o que o torna ideal para refogados leves, molhos, saladas e para finalizar pratos. Por outro lado, não é a melhor escolha para frituras prolongadas, pois perde suas propriedades quando exposto a altas temperaturas.
Outro óleo que vem ganhando popularidade é o óleo de abacate. Com sabor suave e alto valor nutricional, é rico em vitaminas A, D e E. Além disso, seu ponto de fumaça pode ultrapassar os 270°C, tornando-o perfeito para frituras, grelhados e assados. Ainda assim, vale ficar atento: ele também contém gordura saturada, o que pode impactar o colesterol se consumido em excesso.
Óleos Recomendados para Altas Temperaturas
Se o preparo exige temperaturas elevadas, como em frituras de imersão, o ideal é escolher óleos com ponto de fumaça mais alto. Veja algumas opções:
- Óleo de soja: Muito usado no dia a dia, tem ponto de fumaça entre 230°C e 240°C e sabor neutro. No entanto, por ser refinado, perde parte de suas propriedades nutricionais. Além disso, grande parte da soja no Brasil é transgênica.
- Óleo de canola: Leve e neutro, seu ponto de fumaça gira em torno de 224°C a 233°C. Pode ser uma boa alternativa, mas também sofre perda de nutrientes no processo de refinamento.
- Óleo de girassol: Outro queridinho das cozinhas, tem ponto de fumaça por volta de 230°C. Para um uso mais saudável, prefira as versões prensadas a frio ou extra virgens, que mantêm mais nutrientes.
- Óleo de amendoim: Muito utilizado em frituras profundas, mantém estabilidade mesmo em temperaturas altas e ainda adiciona um leve toque de sabor aos alimentos.
E o Óleo de Coco?
O óleo de coco ainda divide opiniões. Ele é fonte de triglicerídeos de cadeia média (TCMs), que oferecem energia rápida e podem ajudar na saciedade. No entanto, seu uso em frituras não é o mais indicado, principalmente por causa do sabor residual e do ponto de fumaça mais baixo (cerca de 175°C). É mais adequado para receitas doces ou refogados leves. Assim como o óleo de abacate, contém gordura saturada — ou seja, moderação é essencial.
Variedade é o Melhor Caminho
Em vez de buscar um único “melhor óleo”, o ideal é ter variedade na cozinha e usá-los conforme o preparo:
- Para pratos frios ou de baixa temperatura, opte por azeite de oliva extra virgem.
- Para grelhar ou fritar, o óleo de abacate é uma opção nobre e saudável.
- Já para frituras mais longas e com orçamento mais apertado, os óleos refinados (soja, canola, girassol e amendoim) são alternativas viáveis — desde que usados com atenção ao ponto de fumaça.
Por fim, lembre-se: quanto menos processado o óleo, mais nutrientes ele conserva. Dê preferência a versões extra virgens ou prensadas a frio sempre que possível.